Hoje nossa coluna é sobre a hora do fim. A gente sabe quando estamos lá.…
“Be fearless” diz a minha caneca nova!
“Be fearless”, diz a minha caneca nova!
Tom não esteve comigo esse feriado e aproveitei esses dias pra colocar muita coisa em ordem além de encontrar amigas (da época do colégio) muito queridas. Minhas conversas com elas sempre me inspiram a escrever. Elas são especiais com histórias de vida e personalidades muito diversas e isso só nos enriquece como mulheres. Comendo feijoada com um grupo delas no qual uma está se separando e duas (eu uma delas) já separadas, falamos da tristeza e do quão pesado e difícil o processo do fim do casamento é. A que está se separando carinhosamente me pediu desculpas por não ter sido mais presente, pois não foi capaz de mensurar como era difícil sem ter vivido isso antes. Nos abraçamos e eu disse: estamos com você e tudo isso vai passar. Passa, viu: primeira nota mental que você deve fazer após a leitura desse texto rs!
À noite, fui jantar com outras duas amigas que me são referências de mulheres de tão importantes que se tornaram em minha vida. Uma delas vive em NY e sempre nos presenteia com algo de lá além das historias divertidíssimas dela. Meu próximo tema para o blog já estava pré definido há alguns dias e o mimo que ganhei só confirmou meu feeling. Uma caneca linda e cool comprada na Etsy (www.etsy.com ando encantada por esse site) com a seguinte mensagem: Be fearless e uma imagem de uma menininha enfrentando um touro (inspirada na estátua da menina enfrentando o touro de Wall Street)! A Mi, quem me deu a caneca, talvez nem imagine mas o universo age dessa forma (nome disso é sincronicidade e falo sobre isso em algum outro texto!), nos levando para onde tem que nos levar e muitas vezes usando os amigos para a mensagem chegar até nós! Bingo: pauta da semana confirmada! Falarei sobre o medo!
Pois bem, esse tema já estava me rondando, pois tenho recebido mensagens de conhecidas e desconhecidas que entraram no blog ou assistiram minha entrevista e estão passando por momentos turbulentos… Essa palavrinha pequena de apenas 4 letras se torna enorme dentro da gente e é unânime na fala de quem está prestes a se separar seja por decisão própria ou por estar pressentindo o “fim”. Já vivi o medo de forma muito intensa quando estava passando pelos meus dias de neblina, portanto a caneca sempre será muito significativa e ilustra bem a mensagem que quero passar nesse texto.
Segundo o dicionário Aurélio, medo define-se como o estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários; ausência de coragem; preocupação com determinado fato ou com determinada possibilidade. Fazendo um momento “flashback” lembrando dos meus medos posso garantir que senti todas as definições acima em momentos diferentes.
Eu tinha MUITO medo e sentia muita angústia. Lembro de sentir literalmente meu coração apertado. Lembro de chorar bastante simplesmente por estar com medo e pressentir que algo maior estava por acontecer… Essa tristeza e reações físicas eram manifestações da minha intuição que se fazia presente intensamente. Nossa intuição é extremamente poderosa e quando você se abre para essa força, ela te avisa e de certa forma, te prepara. Aprendi muito sobre intuição quando me separei e lamento não a ter “entendido” antes. Ela é muito sábia e impossível de ser calada. Tente ouvir a sua em qualquer situação.
Quanto ao medo, ele se manifesta de diversas formas. Nessa hora do fim ele vem em diversos fantasmas que nos visitam. Entre alguns dos que conheci naqueles dias: O que será de mim agora, sozinha? Como dividir e delegar os cuidados com o meu filho? Como gerenciar o orçamento? Como voltar a trabalhar ou trabalhar mais porque você precisa aumentar o orçamento? Onde irei morar? Por onde recomeçar? Esses eram alguns, dentre outros mil, sem falar na dor que nos domina nos primeiros meses… Eu mesmo sendo pisciana (emoção pura!), fui invadida por medos e dúvidas mais práticas como estrutura, logística, orçamento… os meus medos eram tão grandes que muitas outras questões só apareceram pra mim meses depois.
E o que fazer então com esse medo? Primeiramente, deixo aqui um conselho muito pessoal. A separação com filhos envolvidos deve ser a última carta do baralho, a última rota do GPS, aquela mais longa do Waze que a gente nunca quer escolher, aquela alternativa que você só escolhe depois de tentar todas as outras. Se há amor e vontade, tentem! Conversem, viajem, comecem uma terapia de casal, se virem, pois crises também existem para serem superadas… agora fingir que nada está acontecendo, se encantar por uma terceira pessoa ou se fechar em seu próprio mundo não ajudarão em nada e não são atitudes muito maduras caso você já tenha passado dos trinta rs!
Resumindo: já ponderou tudo que podia, já tentou tudo que dava ou fizeram todo esse processo por você e você só foi comunicado e não há mais o que fazer (mais comum do que a gente imagina, o famoso só te resta pegar seu banquinho e sair de fininho, como cantava o Raul Gil) aí é hora de enfrentar os tais medos. Você é capaz disso! Somos capazes de muito mais do que imaginamos e a motivação que deve te guiar é a seguinte: “mereço ser feliz e tudo passa!” Independente de casamento e filhos, somos os responsáveis por nós mesmos, e como você gerencia suas dores, seus fracassos e suas agruras é determinante na sua qualidade de vida. Converse com pessoas que já passaram por isso; felizmente estão todas aí vivas para te contar! Leia sobre o assunto, converse com um bom advogado, aos poucos você se sentirá mais pronta para esse processo.
No mais, tenha fé, seja positiva e faça a sua parte! Eu confesso ter alguns medos ainda. Acho que estão mais domados hoje em dia. Às vezes, me atormentam mas já não me tiram o sono mais como faziam no começo. Você ter consciência que eles existem já é um modo de enfrentamento e te permite “domá-los“ melhor. Além disso, tenho um mantra pessoal que repito sempre: “Dará tudo certo” e não será a última vez que os medos estarão comigo. A vida é feita de ciclos, de ups and downs, de conquistas e perdas. Viveremos outras situações nas quais o medo estará lá, te desafiando novamente. Guimarães Rosa lindamente já dizia: A vida aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta, o que ela quer da gente é coragem” e ela quererá muitas vezes. Melhor nos entendermos com nossos medos, pois eles baterão em nossa porta a vida toda e só através deles, a vida se torna mais interessante e a gente se torna MAIOR!
04/06/2018
Estou encantada com a naturalidade que voce escreve… entrega conteudo com sabedoria e bom humor. Estou amando…sucesso!